Lliane Dark Poetry

Vem cá... E conta-me: De que tens medo? Senta-te no meu colo... Enrosca-te no meu abraço... E desabafa os teus medos... Vem cá... Deixa-me afagar-te o cabelo, Beijar-te a fronte E sussurrar-te ao ouvido... Desabafa os teus medos, Eu escutarei... Juntos  os dissiparemos...Um a um...

Promessas são como uns brincos de cristal: São para serem estimadas, Cuidadas para que durem para sempre... Servem para nos adornar-mos em situações especiais... E apenas para que se saiba como foram bem cuidadas! Pois as promessas são palavras especiais... Têm (supostamente) valor... Se forem usadas como um vulgar vidrilho, Facilmente terão quebras... Até se estilhaçarem por completo... E aí recorda-mos o seu real valor... Mas um estilhaço já não volta a ser uma peça inteira...

Hoje é o meu dia... O dia dos mortos... O dia daqueles que se movem entre mundos... Nem totalmente vivos... Nem totalmente mortos... Algures in between...

As melhores Histórias começam sem dar-mos por isso... Entre furacões e tempestades, A Morte chegou... Era a única forma de a vida nos apartar... Um de nós deixar de existir... Mas há Histórias que podem ser reescritas... As vezes necessárias, Até que finalmente se aprenda com os erros do passado... E o passado não passa disso... De algo que passou! De algo que foi necessário para a aprendizagem! Como se pode reescrever uma História, sem erros para corrigir? Há que ter Fé! A Fé no Amor tem um poder inimaginável... E esta História...ainda mal começou...

É onde as memórias vivem, Resgardadas da nova realidade. Doces, amargas...felizes, violentas... São apenas memórias Do que nos forjou. Podemos recordá-las... E rir..chorar..suspirar... Mas devemos sempre devolvê-las às brumas, E dessa forma seremos mais leves... Sem culpas...

Reza a Lenda, Que aquando da Guerra nos Céus, Um Anjo se rebelou... Recusando-se a escolher qualquer facção, Optou pelo Amor... Sendo por isso amaldiçoado, Mas mantendo a sua Fé inabalável... Apesar de todo o sofrimento através das Eras.... Creio...do fundo do coração...que somos seus discipulos...

Lembrei-me deste nome para ti... É um bonito nome... Um nome de lobo... Podes ter várias existências, Mas a essência será sempre a mesma... Tal como eu serei sempre Feiticeira, Tu serás sempre Lobo... Precisas Morrer e Renascer... Com o Renascimento vem um novo nome... Fica a sugestão...

Sete rosas vermelhas eu guardo, Como um dos meus maiores tesouros... As últimas sete rosas... Tão preciosas como o amor que representam... Já estão secas... Tenho receio de lhes tocar... Não as posso estragar... As últimas sete rosas... Que tantas memórias guardam De um amor tão puro... Que não se sabe como sucumbiu...

Tu atravessas o tempo e o espaço... E vens-te abraçar a mim... Eu não quero... Mas estou sempre aí... sempre... E não quero estar, porque sei que se o soubesses Me abandonarias....outra vez... Porque me abraças para me voltares a largar no abismo?

Por quantas vidas me vais perseguir? Deixa-me morrer em paz... Tu és tudo o que não queres ser... Tu és tudo o que não me deixas ter... Então deixa-me morrer...

Eu escrevo..e escrevo..e escrevo... Numa vã tentativa de exorcizar esta dor... Eu escrevo...e escrevo...e escrevo... Não consigo parar... Penso que consegui cauterizar, E a chaga reabre... Ainda mais ardente...

I'm lost... so lost without you... I'm somewhere in between... Lost in the darkness, Trying not to loose that sparkle of light from sight... I need you so desperatly... I need you more than I could ever admit... Please...love me and rescue my lost soul... Or just kill me once for all...

Estou a tremer... As minhas próprias palavras ecoam na minha cabeça: "Como te poderia alguém esquecer?..." Tu és eu... Eu sou tu... Preciso esquecer que alguma vez existi... Preciso arrancar o meu coração do peito... Já não serve para nada...

Estarei a conseguir? Ou estarei a enganar-me a mim própria? Leio e nada deveria sentir... Mas leio e choro... Quero-te abraçar... Quero-te no meu colo E sussurrar: "Não há nada para perdoar..."

Viver sem ti... É uma tarefa que não desejo a ninguém... É um tentar viver... ou sobreviver? Vou-me arrastando neste solitário vai vem... Sorrio..e finjo que está tudo bem... Mas ninguém me consegue ver a alma... Quebrada... Dilacerada... A consumir-se numa tremenda dor... Porque tem de (sobre)viver sem ti... Até quando?...

O Racionalismo tem este lado negro: Traz consigo o medo da mudança... Do desconhecido... E o comodismo... E este comodismo é auto-imposto... Pois por muito mal que se esteja, O EU racional embirra que é pelo melhor... E esta auto-flagelação é a maior dor de todas...

Perdeste-te completamente nos braços da luxúria... Procuras em vão preencher o vazio, Que tu próprio causaste Ao abandonares ao desalento A outra metade de ti...

Se me esquecer de ti Já não haverá nada a perdoar... Não saberei da tua existência... Não haverá mágoa... Mas também não haverá amor... Saberás tu reencontar-me... E reconquistar-me?

Tenho retalhos de memórias... Passo por locais e sorrio... Sinto que ali fui feliz... Mas sei que não o voltarei a ser, Pois cessei de existir nessa realidade... Se fui tão feliz... O que correu tão mal? Porque se estilhaçou a minha alma? Porque morri Eu? Esta que empresta os seus retalhos, Antes que desapareçam no Nada... Antes que toda a minha existência seja apenas uma vaga memória...lá distante...

Tenho o meu coração atravessado por uma pena, O que é uma pena... Pois o meu coração tem imensa pena, De já nada sentir...

Para onde foram as minhas lágrimas? Para onde foram os meus desesperados gritos uivados à Lua? Para onde foi a minha capacidade de sentir?... Para onde fui Eu?...

Cada vez que leio um dos teus escritos, Assoma-me uma tristeza tão profunda como um abismo... Eu deveria ser a única mulher a usufruir dos teus carinhos... Apenas no meu corpo te deverias perder... Porque continuas a fazer-nos isto?...

Lancei-me sem pestanejar através da Terra de Ninguém... Fui mutilada, estropiada, desfeita em mil pedaços... E mesmo assim continuei, Pois havia um propósito maior: Chegar a ti! A Fé no Amor tem destas coisas...

Quantas vezes sonhámos com a lareira? Com o seu doce crepitar a embalar os nossos sonhos... Eu hoje tenho lareira... Mas não me aquece o corpo solitariamente inerte...