Esperei por ti, Até ao último instante possível... Esperei em vão, Que me viesses resgatar... Apenas me resta entregar-me, Às presas do Nada... Apenas me resta permitir Ser invadida pelo Nada... Ditaste a minha sentença Com a tua ausência... O Nada arrebanhou-me para o seu Reino... Onde etereamente aguardo... É tua incumbência reescrever A História Interminável... Com novas cores... Cheiros... E sabores...
Paz interior... Pensas que não tenho? Estou imersa nela... Sou filha das águas... Inconstante turbulência... Inconstante calmaria... Paz interior... É a cachoeira Onde me banho... Sou filha das águas... Posso-te salvar... Ou posso-te afogar...
Desapego, quem te inventou? Por certo aquele que nunca amou... Aquele que nunca uivou de saudade... Aquele que nunca perdeu a sanidade! Aquele que nunca se perdeu num sorriso... num olhar... Desapego, quem te inventou? Por certo aquele que nunca sonhou! Aquele que nunca adormeceu a soçobrar... Aquele que nunca se quis rasgar... para deixar de sentir... Aquele que jamais entendeu o valor da Pena...
O Meu Tempo... O Teu Tempo.. O Tempo da Vida... O Tempo de sonhar... O Tempo de travar... O Tempo de baralhar... O Tempo de inversão... O Tempo de confusão... O Tempo de reflexão... Eu confio no Tempo... Pois tudo vem... No Tempo Certo...
Acordado... Adormecido... A mirar o horizonte... Ou o fundo da minha alma... És sempre belo... Sorridente... Tristolho... De olhar atravessado... És sempre belo... Príncipe? Sapo? Fera? Alma negra? Apenas aquele a quem os meus antigos olhos reconheceram... Sempre belo...
A chama da vela dança, Movimentos suaves, ondulados... Tal como os nossos corpos quando se encontram... A chama da vela brilha, Alta, forte e decidida! Tal como os nossos olhares quando se cruzam... O pavio da vela brilha, Permanente, quente, incandescente... Tal como os nossos corações, perdidos em orações...
Porque fugimos de quem nos faz feliz? Porque insistimos na dor da saudade? Porque continuamos atolados no Medo? Porque somos contrários à nossa própria vontade? Porque continuamos a morrer lentamente? Tu sabes? Porque continuamos perdidos na imensidão do vazio? Porque continuamos a adormecer com frio?
O castelo onde habito É feito de memórias e bolor... Não! Não há Dor! Apenas Amor! As paredes de pedra, Choram continuamente... São emoção pura... São Amor! A tocha da ameia, Já nada aquece, Apenas alumia... Com Amor... O silêncio impera... Excepto os sussurros de promessas perdidas... Suspiradas com todo o Amor...