O Lamento da Lagarta

Eu era uma lagarta... Daquelas cheias de picos...
A fase do casulo chegou... Implacável... Sem perguntar se podia... Preparada ou não... Estava na hora...
O meu Amor esperou... Pacientemente... Ansiosamente... Amorosamente...
A tão almejada hora do reencontro chegou... E uma desajeitada borboleta despontou... E um olhar profundo nos olhos bastou para se reconhecerem...
Dizem os Antigos que o Amor Verdadeiro nunca morre... Pois eles eram a prova viva desse dizer...
Mas a desajeitada borboleta a usar as asas tem de aprender... E o seu Amor observa-a pacientemente...
As diferenças fazem-se notar...
Ela quer tanto que ele faça o seu casulo... Para poder despontar...
Mas a Natureza tem o seu timming... Nada se pode apressar...
E a ela só lhe resta pairar... Esvoaçar... E esperar...
Pois um dia também ele terá asas... E juntos em igualdade poderão voar...


19 Setembro 2018

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